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... apenas abro as janelas do tempo e deixo o verbo falar...
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a Betina de roxo
Imagino o longo processo e a coragem para se desvencilhar das xps e, aos poucos, de call em call, se jogar no mundo da comunicação e do estilo. Pena que eu não tenho a foto do chapéu que ela usou e que - quando a vi irradiante - me arrancou a já célebre frase "Estilo é tudo".
25 de jul. de 20203 min de leitura


a próxima então!
- A próxima crônica está ótima! - Como assim, você começa um texto falando do próximo? E todo aquele papo de viver o presente, de focar as energias no agora, afinal a próxima somente será postada no próximo sábado! Daqui a uma semana! Você parece o Aloisio que namora Ester pensando em Marina. Que come assado pensando em frito. Tem noção do mar de caminhos que se abre numa semana? - É que o assunto da próxima crônica é muito mais interessante do que o de hoje. - Uai! Então
18 de jul. de 20202 min de leitura


a kafkiana
Conheci Kafka lendo uma sentença do meu pai onde ele fazia referência a Josef K., protagonista do livro O processo . Depois passei a ouvir a expressão kafkiana com regular frequência até que não havia outra alternativa senão ler um de seus livros para entender melhor o que exatamente seria uma situação kafkiana. Um processo kafkiano. Um personagem kafkiano. Isso deve ter sido por volta de 1997 no terceiro ano de faculdade. Sem vírgula mesmo depois de 1997. Nunca saberei se
11 de jul. de 20205 min de leitura


Tudo bem, é só uma vez por ano...
- Mas se você ganhar na loteria, ou na mega-sena, o que você compraria sem pestanejar? - Listerine, respondi. De litro. Eu beberia...
4 de jul. de 20204 min de leitura


esses gênios...
- É um gênio! Mas que filho da puta! Kepesh sonhou que conheceu a puta que Kafka comia. Como ele teve essa ideia? Falei em voz alta sem me dar conta e joguei o livro sobre a cama, já em direção da cozinha para fazer o café. Repeti a mesma frase por mais algumas vezes até que a cafeteira italiana fumegasse. Sempre dando muita ênfase na segunda parte, mas que filho da puta! Estava lendo o Professor do Desejo do Roth. Prevendo a inclusão numa eventual crônica, eu separei
27 de jun. de 20204 min de leitura


Antes que eu me esqueça!
Originariamente postado em 31.10.2017. É a primeira crônica do blog. Antes que eu me esqueça, escrevo solto e soltas algumas notas de crônica. Saudades das manhãs de jornal impresso sujando as mãos de estudante e das emoções de Ignácio de Loyola Brandão no Estadão. A crônica se reduziu na importância e se disseminou pelos blogs e facebook, me parece. E lá vou eu fazendo a minha, dominical, na madrugada, sem licença; nem leitor ou roteiro. Numa das cenas de Mindhunter, n
25 de jun. de 20204 min de leitura


na padaria
Duas atividades me excitam. Sexo e padaria. Não, nunca fiz sexo na padaria entre fornadas de cacetinho. Da primeira, portanto, não falaremos hoje. Nada impede que você, leitor, você, leitora, de algum modo, se imagine entre farinha, manteiga e batidas de chantilly...e dê assim cores ao seu fetiche ainda não satisfeito. Dou-lhe apenas a dica de não focar só na compania mas também no quitute. Pode focar na compania que trabalha na padaria que você frequenta. Pode também ser a
20 de jun. de 20204 min de leitura


o legado do Queiroz
Philip Roth nos leva a Saul Below. Este me leva a um de seus livros chamado "O Legado de Humboldt". Passo desesperada e freneticamente a procurá-lo pelas minhas estantes. Não o vejo na primeira bisbilhotada. Suas folhas estavam gastas por três leituras no máximo. A capa é dura. Nela havia uma ponte e um homem. Um tom cinza e uma vista melancolicamente perigosa contrastando com as letras garrafais do título. Abro uma primeira vez mas não o leio. Reviro algum tempo depois o
13 de jun. de 20204 min de leitura


três mil ducados
Não pretendo nem me atrevo a indagar a razão pela qual Roth e eu nos conhecemos só agora. A prova viva de que todos os escritores são imortais para aqueles que achem os seus escritos. Eu retirei do blog todos os meus contos ligados à segunda guerra e ao pequeno Vilarejo ao Sul do Brasil e os trabalho para concluir um livro. Fui escolhido pelo Roth justamente agora.
6 de jun. de 20204 min de leitura


o método e não o todo...
É interessante ouvir os poliglotas contando como aprenderam diversos idiomas. Eu os admiro. Mais interessante ainda é perceber que não há um método único dentre eles. Praticamente todos aprenderam de um jeito diferente. Lógico que algumas dicas são praticamente consenso: aprenda errando, se exponha ao máximo, utilize um só livro ou app por vez, encontre um jeito divertido de aprender, comemore as pequenas conquistas e revise pouco mas diariamente o idioma da vez. São vári
30 de mai. de 20203 min de leitura


contra o vento
Fiz a rotatória da estrada sete vezes voltando para casa depois de ver as minhas filhas aqui na cidade vizinha. Foi nessa semana no final da tarde e começo da noite. Na segunda volta eu me levantei da moto contra o vento nem quente nem frio. Transpassava indiferentemente revolucionário. Tocava Cat Stevens, Father and Sun. Só sai da rotatória depois que a música terminou. Eu não queria voltar para casa. Dificilmente sairia de lá tão cedo; tão logo. Voltei, depois de
22 de mai. de 20202 min de leitura


scanning the situation
Dá licença um instantinho Coronavirus, não falarei de você hoje porque acredito que a galera precise sublimar. Espairecer. Transcender à sua existência. Eu também preciso que você me erre. Você já entrou para a História, não sou eu tampouco minhas reles escritas que mudarão o seu destino; a sua sorte. O teu futuro. Desde o dia 16 de março confinado, quando estive em São Paulo, hoje pela primeira vez acordei mal humorado. Irritado. Algum tempo depois, recebo o zap de uma a
28 de mar. de 20203 min de leitura


coronavibes
A gente fica doidão com ele! Lógico que eu tenho que escrever sobre ele. Desde sexta-feira 13 saindo de casa quando estritamente necessário. Hoje no final do dia fui ao mercado. Como as pessoas devem espaçar ao menos um metro estavam todas as filas naturalmente maiores; quase chegando até o final do mercado. A gente fica obcecadão com ele. Olha só. Temos o hábito de encostar e dar tapinhas nas costas. Esse hábito já me colocou em situações constrangedoras. Lembro dum prim
20 de mar. de 20202 min de leitura


outras passagens
Assim que terminei de escolher as velas coloridas no Mironga dei-me conta de que o homem que chegara esbaforido não mais estava na loja. - Escute, aquele homem que chegou aqui dizendo que sua mulher teria lhe lançado um feitiço, o que aconteceu? - Olhe, ele é de São Paulo, está aqui há dois dias, disse que a macumba teria saído desta cidade. Falei para ele ir até o terreiro que frequento aos sábados. - Entendo, você pode me passar o endereço? E assim eu saí do Mirong
14 de mar. de 20202 min de leitura


no Mironga...
Estava quase findando o dia no computador quando tirei os olhos da tela e senti o baque. Pretejou. Esverdeou. Turvou. Como se tivessem desligado a minha energia; ombros pesados e olhos semicerrados. Um instante de apagão. Sumiu e voltou. Como num piscar de olhos. Catimba. Macumba. Só pode ser trabalho. Vira e mexe é preciso fechar o corpo; não adianta. Depois disso, já na rua lembrei de comprar incenso para defumar o ambiente quando chegasse em casa. Parei no Mironga;
6 de mar. de 20202 min de leitura
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