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... apenas abro as janelas do tempo e deixo o verbo falar...
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asfarviridae
Sinais. A vida avisa. Sinais. A vida avisa que vive. É que, paradoxalmente, vivendo, nem sempre nos damos conta deles. Ontem estava enfim tomando aquela brejinha com meu querido amigo Gulino. Calma Edson, não fique com inveja. Logo logo ele estará aí para te dar um beijo, um abraço e vocês tomarão romanticamente uma taça em brinde ao Douro. Fomos de cerveja ontem, o Bar do Wirso continua a zona agradável de sempre. Ah, conheci também o irmão da Lu e a Carol, tutti bu
13 de jul. de 20192 min de leitura


há um tesão que te aguarda...
Volto à fase de vésperas. A sexta-feira chega sem nem me avisar. Semanas que nos trespassam como se quisessem alcançar a sua linha de chegada; como se competissem entre si. O tempo que por vezes te declara guerra; mira a tal nível de independência como se fosse possível existir sem os homens. É, se esquece o tempo quem foi seu algoz maior, o homem, o seu próprio criador; e vive há milhões de anos em segundos a desconcertar o homem infinitamente. Houve um dia em que desco
6 de jul. de 20192 min de leitura


a roça
-Marcelinho, você sabe onde eu arrumo leite cru? -Vai ter que pegar no Sítio! -Tudo bem, eu vou. A estas alturas de cronista já percebi que a rotina é minha inimiga. É o diferente que faz a crônica brotar. O tédio é o pior inimigo do escritor. Voltando, só ele poderia me arrumar rapidamente algum sitiante com leite cru para fazer iogurte e coalhada seca com devida proporção de gordura. Adora uma roça. No final do dia veio o telefone do sitiante. Liguei. Peguei as refer
29 de jun. de 20192 min de leitura


viajando...
Quando era adolescente li "As veias abertas da América Latina", de Eduardo Galeano, e das Minas de Potosí nunca mais me esqueci. Bem mais tarde, atravessando a Bacia do Prata e visitando os Museus em Colonia de Sacramento, acabei me inteirando da Guerra da Cisplatina. Voltei a ver vídeos depois sobre a Guerra do Paraguai, a maior e mais sangrenta da América do Sul. Eu já há muito nem penso o que teria sido da América, do Brasil, se tudo o que foi extraído tivesse ficado p
27 de jun. de 20192 min de leitura


foi ontem ou anteontem
Passo pelo corredor na ida. Volto pelo corredor na volta. É um corredor. É um passador. É como tantos estreitos que passamos pela vida. É mais uma ida pelas tantas que vou ao caminho do banheiro. É como tantas voltas que voltamos sem entender muito o porque. É um caminho necessário. Tudo que nos é necessário pela rotina nos é entendiante pela justificativa de ter que passar por ali. E era mesmo um corredor. E era mesmo um dia comum. Na volta passei pelo retrato do me
14 de jun. de 20192 min de leitura


nossos dias D
Todo temos um dia D. Espaço. O dia de uma grande decisão. Fazer uma viagem maluca. Ter um filho. Abrir uma empresa. Plantar batatas. Conhecer o Líbano. Jogar tudo para o alto. Chutar tudo para cima. Fazer um curso de charcutaria ou mandar seu opressor para a puta que o pariu. Um dia decisivo. Um dia que a gente se liberta das opressões, dos medos ou dos receios e simplesmente faz. Simplesmente executa. Na semana em que a história comemorou 75 anos do Dia D, o desemba
8 de jun. de 20193 min de leitura


Yes, girls just want to have fun...!
Interrompo o meu trabalho para escrever um pouco. Com o cansaço se avizinhando já no final do dia abro o Spotify para ouvir música. Busco uma dose a mais de energia. Sempre há energia extra filha; sempre. Só temos que aprender a achar. Está lá! Nalgum lugar entre as montanhas, nos mares, nas tempestades atravessadas, nas memórias, nossas ou dos próximos, ou ainda nos dólares futuros. Há quem só a ache nas moedas. Não há problema nenhum nisso, nós só temos que saber procurar
31 de mai. de 20192 min de leitura


devaneios quaisquer
O examinador dos Registros de Imóveis quando morrer vai para o Inferno e lá será alocado na porta de acesso ao Purgatório. Meu amigo, enquanto as exigências não forem supridas, você ficará aqui ardendo em seus pecados; portanto tenha obstinação.
18 de mai. de 20192 min de leitura


nosso universo cultural
Não perco a oportunidade de dizer para minhas filhas que elas não são o centro do Universo. A criança vai crescendo e percebe que alguns limites vão surgindo. Senão dos pais, da vida, das vicissitudes, do trabalho ou das ruas. Eis que fui para reunião e encontro cultural na escola da mais nova. Chegamos cedo. Andamos para matar o tempo. Sentamos para matar o tempo. Ao longe ouço uma mãe perguntando para a filha se ela estava com a blusa. "Mãe, você que ficou de pegar!". Ásp
14 de mai. de 20192 min de leitura


mãe, pode ler esta
-Mãe, você está lendo minhas crônicas? - Filho, muito palavrão! -Quer dizer que você não lê porque tem muito palavrão ou lê mas não...
3 de mai. de 20192 min de leitura


Freud doidão!
Parei de falar e ela quieta. Aí eu achei que deveria falar mais um pouco. Falei um pouco mais de como eu sou, de meus pais e algumas conclusões que tinha da minha infância. Aí ela me pediu para falar um pouco mais sobre a relação com meu pai. E eu falei. Falei. Falei. Parei de falar e ela quieta. Aí eu olhei pra ela. Ela olhou pra mim. Eu levantei as sobrancelhas e ela olhando pra mim. Tá de brincadeira ?! - pensei. Pedi um copo d´água. Tomei. Sentei novamente e ela não f
27 de abr. de 20192 min de leitura


fica em paz
Pra começar a conversa não é fica em paz. É fique em paz. A conjugação é no imperativo. E aí já começa a malandragem dessa expressão. Dita assim corretamente soaria curiosa e imperativamente uma ordem, poderia não cair bem. Aí o cidadão que a inventou tira do imperativo para ficar mais suave. Já não parece uma ordem. Já não parece grosseria. É o jeitinho brasileiro. Nenhuma outra expressão é mais sorrateira que essa. Quem te deseja paz à primeira impressão quer o teu bem,
19 de abr. de 20192 min de leitura


a senhora baforenta
Costfoto / Barcroft Media via Getty Quando abri a gaveta eu me lembrei da senhora baforenta. Difícil. Ela marcou um estágio que tive; era a advogada a quem estava formal e academicamente submetido. Senhora baforenta não é um termo politicamente correto. Eu sei. Deixem-me ao menos expressar-me pelo vocábulo bruto; ao menos hoje. Pela expressão como ela me chegou às têmporas. Poderia logicamente chamá-la de idosa de hálitos suspeitos. Não seria eu mesmo que vos escrev
13 de abr. de 20192 min de leitura


100 anos
100 anos. 100 dias. 100 palavras. Quando escrevo contos são as primeiras palavras que mais me dão trabalho. A primeira frase. Esses minutos que devem prender a atenção do leitor. Por isso na introdução do blog eu coloquei a frase inicial de Metamorfose de Franz Kafka. "Numa manhã, ao despertar de sonhos intranquilos, Gregório Samsa encontrou-se metamorfoseado num gigante inseto". Considerando o meu cansaço nesta sexta-feira, em vez de escrever frases iniciais de clássi
6 de abr. de 20192 min de leitura


as pombas do Lester
Penso em escrever sobre: Afonso Padilha, traumas psicológicos, o filme Estrada Sem Lei, de como eu canso de mim mesmo algumas vezes na vida. Quase desenrolo um texto sobre os miseráveis. Não o clássico. Os miseráveis ricos que conheci ao longo da vida. A arte de ser miserável. Desligo o filme. Coloco o show do The Lumineers. Paro. Arrumo a cozinha. Lembro das minhas filhas que estão no México. Torço para que elas tragam uma caveira que celebra a vida: la muerte. Cans
29 de mar. de 20192 min de leitura
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