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bora Geribá!

  • Foto do escritor: Carlos Camacho
    Carlos Camacho
  • 7 de jan. de 2020
  • 2 min de leitura

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Não me lembro se quando era pequeno estava num lugar pensando noutro. Mais precisamente numa praia pensando noutra. Estávamos na Praia de João Fernandes, Búzios, Rio de Janeiro, Brasil, e algumas crianças queriam estar na praia de Geribá. Estávamos na Praia da Tartaruga e, novamente, crianças só pensavam em Geribá. Só não pediram Geribá durante o passeio de barco pelas águas de Arraial do Cabo, nas lindas águas da Praia do Farol, nas gélidas águas do Pontal do Atalaia.


Hoje deveremos ir ao Mirante donde se avista João Fernandes e logo me disseram que queriam ir direto para, adivinhem? De manhã enquanto caminhávamos a minha filha de dez me disse que, até agora, a praia que ela mais gostou foi, adivinhem? Filha, acaso você não tivesse conhecido Tartarugas e João Fernandes não saberia que a mais legal seria a de, adivinhem? Não quis saber a origem do nome de Tartarugas, mas me desassossegou a de João Fernandes. Desconfiava tratar-se de um Português mas foi um amigo que me explicou que foi a partir dessa praia que ele defendia suas terras de ataques de índios e estrangeiros.


Logo imaginei a batalha que ele travou enquanto eu travava a luta pelo espaço na areia; a histórica luta pela terra. Homens se matam por terra e amores. Ali não havia areia disponível, exceto se você sentasse nas mesas das barracas. Você, meu leitor viajante, sabe bem como funciona. Você chega na praia e toda a areia está tomada de mesas e cadeiras das barracas e, assim, para usá-las ao menos uma consumação de uma porção ou de um almoço.


Búzios foi adotada pelos argentinos. Eles tiram e te vendem as fotografias, servem as mesas e vendem bugigangas. Há os que vem para gastar também. Os passeios de barco de Arraial são bilíngues. Dá um ar assim que o Brasil está ficando um país com turismo estruturado. Chama atenção a disciplina de como os turistas visitam a praia do Farol em Arraial. Controlada pela Marinha, não se pode descer com nada na praia, exceto sunga, biquíni e celular. Nada de comida. Nada de bebida. Ninguém pula do barco e todos vão até a areia com coletes salva-vidas.


Parecemos suecos. Não mais do que duzentos e cinquenta pessoas na areia ao mesmo tempo. Eu subi meu drone para tirar umas aéreas e passaram o rádio para o barco. Desça o drone imediatamente. É uma reserva ecológica. É uma área militar. Chama atenção como os barcos respeitam as regras, sob pena de perderem a licença. Por um instante eu imagino um Brasil com um turismo mais estruturado e menos improvisado.


Logo me dou conta que penso demais num futuro imaginário e menos no passeio. Eu tomei o desejo das crianças e transformei o substantivo em verbo; de modos que - todas às vezes que as crianças perguntam por Geribá - lhes respondo que, sim, vou geribar na piscina tomando uma gelada. Bora Geribá em 2020! Viva o Brasil, vamos adiante na insana luta de deixar este país cada vez melhor para as próximas gerações.


A brasileira gata aí de cima é a minha irmã!


Começamos o ano geribando...

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