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O Brasil por aí...

  • Foto do escritor: Carlos Camacho
    Carlos Camacho
  • 22 de dez. de 2019
  • 2 min de leitura

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Ainda não foi lido o livro de Daniel Piza sobre Machado de Assis. Aqui ao lado esperando a sua hora. Mas lembrei dele hoje, do Piza; que se foi antes da hora, repentinamente. Fazem falta seus textos no Estadão quando ainda o lia.


Ler sistematicamente o jornal é passar pelas notícias, pegar o essencial, e seguir desde logo para os colunistas. Numa delas, lembro-me sem o google, nos contava sobre a capacidade que temos de mudar de humor inesperadamente. Ele dirigia para o trabalho num dia ruim até que algo mudou o seu dia. Uma música. Eu aqui num Domingo por demais sossegado, onde o tédio se reveza com o marasmo e as preocupações da semana vindoura se precipitam, estava eu vendo Samba no Netflix.


De repente os imigrantes ilegais estão numa festa com as assistentes sociais na França; Bob Marley começa a tocar e as agruras se dissipam pela festa; pela música. Não deixo passar nenhum filme em que Omar Sy atua. A forma como ele oscila a fúria e risada me fascinam. Concentra e dissipa em segundos o trágico e o hilário; a destacar sempre que entre os caminhos mais tortuosos há sempre, ao menos, uma trilha em que podemos aproveitar a vida como ela é.


E toca Jorge Bem. E toca samba.


Depois dessa cena vi o Domingo mais animado e minhas preocupações mais leves. O Brasil está presente no filme. Não só pelo seu nome, mas também pelo seu amigo, um árabe que se divulga brasileiro porque nos damos bem no trabalho e com as mulheres, diz ele. Todos gostam. Outro dia vi a resenha de better than food sobre Dom Casmurro. Emendo mais um filme, Abem, e, de novo, o Brasil está envolvido.


O chef, Seu Jorge, ajuda um garoto a aproximar os seus avós paternos e maternos, muçulmanos e judeus respectivamente, através da culinária. E tem acarajé. E tem palavrão em português. Não terminei ainda de ver esse filme.


Mas o que diria Daniel Piza? Não é novidade que os brasileiros são benquistos no exterior. Experiência própria. Temos como regra o passe livre. Dom Casmurro só não é um sucesso mundial porque escrito em português, diz Karnal.


Com as recentes traduções Machadianas, não é mais esse o problema; que se propague como o samba: “I wrote it whit the pen of mirthful mockery and the ink of melancholy, and it is no hard to foresse what would resul form such a marriage”.


E aí, qual a impressão?


Vou ouvir MPB, botar um sambinha raiz e deixar só o Domingo rolar.





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