Aquietou-se a noite desta sexta-feira.
Alegrou-me saber hoje que a baixola, minha filha mais nova, escolheu Carla Bruni para fazer um cartaz nas aulas de música. Não pela Carla. Nem porque a ouço. Por confirmar que as músicas de viagem são memoráveis. A professora lhe pediu algo diferente; diversidade. E assim foi logo me contando a novidade.
Duas coleções de músicas jamais deveriam sair de nossas cabeças: transas e viagens memoráveis. As da primeira categoria para que ela se repita tantas e quantas queiramos nos devaneios da alma. As de viagem porque a ela se somam como coronavírus. Pega uma única vez e você jamais se esquecerá.
Meu querido primo Paulinho achou que eu me enferrujei um pouco por ficar duas semanas sem escrever. Talvez tenha lhe vestido muito viajante a última crônica sobre o tempo. Mas vejam só que a minha prima já me mandou uma outra visão, ela a quem carinhosamente chamo de Márcia de Curitiba. Como nunca postei nenhum elogio a esta coluna, vai o primeiro: "Amei! Adoro seu "jeito especial" de se expressar. Você contamina com sua alegria e irreverência! Sou sua fã incondicional! Talvez por isso já gostava de você sem saber ao certo quem e como era... bjo primo!!! Muito bom USAR meu tempo Te lendo!".
Coluna é coisa de velho. Blog mesmo.
Tempo também é presente!
Marcinha, mesmo morando em Curitiba, sempre esteve antenada nos seus de São Paulo, uma das pessoas que mais levou a sério o afeto pelos seus consanguíneos. Estar presente presente é mais fácil do que ser presente distante. Há também quem se faz ausente presente. É uma modalidade quiça costumeira no presente que se distancia. Passados os trocadilhos, foi por essa razão que, presente em Curitiba, fiz questão de visitá-la. Não mediu esforços para nos encontrar.
São gente boa os Marchetti. São gente boa os Chreschibenne.
Os vieses italianos da minha família.
As imigrações dos séculos dezenove e começo do vinte temperaram a já estruturada brasileirada formada pelo índio, negro e europeu. Ter tempo livre é bom para ler sobre a história do Brasil. Eu quando olho este país se complicando eu invariavelmente me pergunto o que deu errado. É a nossa tendência de achar o erro. Ou a minha talvez. E assim me peguei enfim lendo A História da Riqueza no Brasil, do Jorge Caldeira. Começa do gerenciamento de "estoques" dos Tupi, passa pela importância da prata que vinha de Potosí e de como o ferro (metal) europeu enfeitiçou os índios que aqui habitavam.
Conta que judeus saídos de Pernambuco compraram a ilha de Manhatam e logo penso por que não transformaram Floripa em New York e vice-versa. Ressalta a riqueza acumulada pelos traficantes de escravos, dos comerciantes das vilas e das capitanias que vingaram.
Dado momento, afirma que o triunfo dos portugueses no domínio do Brasil decorreu muito mais das problemáticas internas dos franceses, espanhóis e holandeses do que propriamente em razão da dedicação e inteligência de Portugal.
A economia da colônia foi mais pujante do que imaginamos e, com números recém descobertos, ou recém analisados, enfatiza que o Brasil colônia, certa feita, contribuiu com mais de 80% das receitas ultramarinas para sustentar os privilégios da Coroa.
Nada de economia de subsistência. Algo muito parecido com o nosso dinheiro que está financiando, hoje, a viagem de Lula e Dilma, com assessores, para a Europa. Até quando nosso dinheiro vai financiar um Estado gigante e ineficiente...?! Eu já olho pra Brasília e vejo uma coroa sobre as abóbodas invertidas. Mas nem era idéia hoje falar da Carla Bruni, da Marcinha ou do Caldeira.
Foi só um treino mesmo enquanto Jacob Beam me contava outras histórias lá dos istaites.
Conto, outro dia.
Noutro turno.
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