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aprendendo a amar

  • Foto do escritor: Carlos Camacho
    Carlos Camacho
  • 8 de nov.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 16 de nov.

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Leva-se algum tempo para entender o amor.


Muito tempo se passou até entender que amar é demonstrar amor.


Como pode algo tão simples e tão óbvio levar tanto tempo para ser compreendido e, mais ainda, ser colocado em prática? Não sei. Já magoei pessoas próximas pela falta de paciência, por palavras ácidas e, talvez, por achar que basta o amor para amar. Não. O amor é um nada quando reina sozinho como sentimento; não há amor no escuro da caverna. Ele precisa brilhar com a luz do sol; precisa se molhar nas tempestades que passamos pela vida.


O verdadeiro amor se expõe.


Aprendi a demonstrar amor aprendendo a ter paciência nos relacionamentos. Aprendi que raramente se demonstra amor fazendo algo grandioso, caro e único. O amor nasce nos detalhes pequenos do cotidiano. Respirar antes de explodir. Colocar-se no lugar das pessoas antes de vociferar as nossas razões tão firmes e inabaláveis. Preparar o café.


Deu-se assim a ocasião em que esta crônica floresceu.


-Combinado, então, eu assisto os clássicos e aqueles dos dias em que não iremos assistir os filmes presencialmente, disse eu.


-Não vai assistir Hey Joe hein, disse ela.


-De jeito nenhum! Combinado, disse eu.


O festival de cinema italiano neste ano será no Centro Cultural do Banco do Brasil nas capitais e em inúmeras cidades. Além da apresentação no cinema, disponibilizaram gratuitamente os filmes online. São 23 selecionados que estão sendo exibidos entre os dias 29/10 e 29/11 de 2025. Mas só depois de combinar de ver presencialmente descobrimos que seriam exibidos também na internet.


Meu amigo, minha amiga, a situação não lhe é estranha, pois eu duvido que você não tenha tomado uma bronca como "não acredito que você começou a assistir a próxima temporada sem mim! Tínhamos combinado de ver juntos...". É desta confusão que estou falando. Não é tão simples assim, porque não daria tempo de assistir todos e eu reservei um tempo para começar a maratona. Do ponto de vista logístico não seria algo muito prático ver todos no cinema.


Antes eu teria assistido quando me desse na cabeça, sem me preocupar demais com as consequencias. Havia um problema porque se aguardasse por ela dificilmente conseguiria ver todos os filmes. Ao mesmo tempo já estava combinado que veríamos juntos. Tão simples. Tão pequeno. Tão trivial. Pois é exatamente na dimensão dos detalhes que a tua vida pode sair da calmaria aos caos em segundos.


Falei eu. Ela falou. Falamos. Respira um pouco daqui, outro tanto de lá, e ajustamos o critério. Quando desliguei o telefone naturalmente percebi que não era o filme, nunca é o filme, mas sim a percepção de que ela foi ouvida e que a sua participação era importante na programação.


O problema nunca é a próxima temporada.


Ela não disse, mas se sentiu amada. Acredito eu.


Eu também. Seria possível ver todos os filmes ao longo do tempo. A minha liberdade, mesmo restrita, estava garantida. E consegui adiantar l'assassino, delito d'amore e paisà.


Hey Joe é excelente!


Dizem os críticos.






















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