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a revelação

  • Foto do escritor: Carlos Camacho
    Carlos Camacho
  • há 2 dias
  • 2 min de leitura

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Você terá uma revelação nos próximos dias.

Mais precisamente entre os dias 25 e 30 de dezembro deste ano.


Não precisa pedir nem orar. Não precisa se preocupar com ela, aguardando-a ansiosamente no café ou a caminho das festividades. Ideal é que a tratemos com indiferença absoluta para que se revele num átimo de instante surpresa.


Inconscientemente você a clama há séculos.

A revelação é um dos eventos mais fantásticos da natureza. Torna claro o escuro; evidente o confuso. É o momento em que o homem comum já pode ser chamado de Messias. Nossos passos são ungidos pela descoberta explosiva daquilo que sempre esteve à nossa vista mas a neblina não nos permitia enxergar.


Um livro que cai em tuas mãos.


A música que você ouve pela primeira vez.

E de repente algo grandioso nos aparece; revela-se ao ponto de você se questionar as razões pelas quais não havia se dado conta antes, afinal o livro é clássico e a música faz sucesso entre tantos. Tudo sempre esteve ali, exceto a sua consciência. Nosso cérebro é pródigo com os automáticos. É a revelação que o asssusta e faz com que paremos para entender que um hábito não pode seguir; que outro precisa ser construído. Que café sem açúcar não é amargo. É puro. Revelação nada mais é do que tomada de consciência a questionar o ciclo do cotidiano; do previsível. Há sinais de desalinhamento com o Cosmus.


O espanto. A consciência. O encantamento. A esperança.


Essas são as fases da revelação. Este é o momento da crônica onde eu deveria dar exemplos meus de revelação ou ainda citar algumas ocasiões para ilustrar cada uma dessas fases. Do etéreo para o líquido. Do abstrato para o concreto. Não vou entrar nessa. Eu acredito que logo esta fase mais "reflexiva" das crônicas deve passar. Tanta gente dando dica, tanto como fazer isso, como fazer aquilo, que eu mesmo estou entediado de tanto como.


De tanta reflexão.


Reparem na arrogância na afirmação de que você terá uma revelação entre cinco dias de dezembro. Por um acaso agora sou eu Nostradamus com premonições sobre épocas de revelação? Preciso parar com essa mania de supor que minhas experiências são as do outros necessariamente. É premissa equivocada que adoto vez ou outra quando escrevo. Muitos não terão revelação nenhuma, no máximo enviar os negativos esquecidos na gaveta para a ótica, como se chamava na minha época.


Eu tive uma revelação essa semana ao ouvir pela primeira vez uma música. Tocou aleataroriamente no Spotify.


O espanto, a consciência, o encantamento e a esperança.


A música veio do grupo Revelação me revelando que eu tinha que escrever sobre revelação. Quase sempre que algo martela na minha testa ela se torna crônica. E ela tocou no meu carro, em casa e na minha cabeça. Compartilhei. A música se chama "tá escrito", de Xande de Pilares, Carlinhos Madureiro e Gilson Bernini.


O pandeiro; foi o pandeiro. O estalo veio do pandeiro.


Do pandeiro e da expressão "mete o pé".


Eu vou meter o pé em 2026!


Como?


Sério que você está me perguntando...?


Na voadora.






1 comentário


Marcelo Duarte
Marcelo Duarte
há 2 dias

Segura 2026

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