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viajando...

  • Foto do escritor: Carlos Camacho
    Carlos Camacho
  • 27 de jun. de 2019
  • 2 min de leitura

Quando era adolescente li "As veias abertas da América Latina", de Eduardo Galeano, e das Minas de Potosí nunca mais me esqueci. Bem mais tarde, atravessando a Bacia do Prata e visitando os Museus em Colonia de Sacramento, acabei me inteirando da Guerra da Cisplatina. Voltei a ver vídeos depois sobre a Guerra do Paraguai, a maior e mais sangrenta da América do Sul.


Eu já há muito nem penso o que teria sido da América, do Brasil, se tudo o que foi extraído tivesse ficado por aqui, se as riquezas tivessem forjado um povo com ambições de aqui trabalhar e prosperar, em vez dos primeiros degredados que para cá vieram. Mas História não se lamenta, nem se chora. É um retrovisor que nos sacia a curiosidade, nos situa no presente.


A série Bolívar da Netflix é incrível. Nos conta a sua trajetória desde a sua infância. E sua vida vai sendo contada desde a morte de sua mãe na fazenda, sua formação militar e seu périplo pela Europa antes de retornar para Caracas em busca da Independência. Além de sua vida, a série capta bem o estilo de vida da época, coloca personagens interessantes como seu tio Carlos e seu cunhado Pablo Clemente com disfunções mentais que as fazem repetir tudo várias vezes e dizer a verdade a todo tempo.


Numa das cenas, no enterro do tio, fala para o padre parar de mentir e começa a dizer o quão podre e bandido era seu tio Carlos. Aos poucos vai dando vontade de ler a biografia de Bolívar para filtrar o efeito cinematográfico. É triste ver a Venezuela nos dias de hoje, Bolívar está se retorcendo onde estiver. Em vez da grande Colômbia, seu povo escapa da miséria pelas fronteiras. Penso às vezes que o brasileiro não se ama porque não sangrou na sua Independência.


Sangramos lentamente enquanto tomamos fôlego e força para que nossas instituições se aprimorem, a corrupção se aquiete eternamente e a economia dê melhores condições a todos nós brasileiros.


Voltando, uma cena interessante logo nos capítulos iniciais, quando o Professor Rodriguez educa Bolívar, uma criança rebelde, pelo método da simpatia. Em vez de estudarem na sala de aula, vão caminhar pela praça enquanto Bolívar e seu amigo filho de escravo brincam de esgrima. E os ensina a esgrimar. Mais tarde, Barão von Humboldt, em suposta conversa com Bolívar, joga na cara dele, enquanto enchem a cara em Paris, que os Venezuelanos estão isolados, voltados para si e que mal conhecem o seu país.


Neste momento em que escrevo, Miranda e Bolívar discursam para os patriotas no Porto de Guaíra. A atriz infantil que faz Manoelita, a revolucionária, é fantástica. E confesso já estar ansioso para ver quando Bolívar vai começar a cavalgar e não parar mais. Dizem que andou 123.000 km para formar a Grande Colômbia.


Perdoem-me a crônica chata. Eu ando desanimado com elas. Larguem mão e vão lá assistir. Logo o levante vai começar e sangue será derramado para logo se misturar ao petróleo.

 
 
 

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