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o lagosta

  • Foto do escritor: Carlos Camacho
    Carlos Camacho
  • 12 de jan. de 2019
  • 3 min de leitura

Atualizado: 14 de out.

Do grupo do zap chamado primos a gente marca vez ou outra uma cervejinha. Desta vez fomos para o Giba, o grande! Eu, meu irmão, o Lucas e o Paulo. Essas experiências múltiplas de vida, visões de um educador, um administrador, um médico e um advogado que o Giba nos proporciona...Nem sempre é fácil de marcar, desta vez o enrolado fui eu. De dezembro jogamos pra janeiro e ainda atrasei. Meu irmão baleado. Eu baleado. Paulo com viagem marcada e Lucas tava de boa; o único que chegou no horário marcado. No final chegamos à conclusão de que teremos que marcar outra, essa não valeu! Bom jogar conversa fora entre família...Cidinha, a nona, ficaria orgulhosa de ver.


Lógico que, acaso não perguntem, eu falo deste blog. Falo dos contos. Falo das crônicas. Falo dessa experiência que é se sentir escritor; dessa maluquice que é escrever histórias. Meus primos não leem porra nenhuma do que escrevo. Nada. Nem as crônicas, nem os contos. Mandam um monte de merda pelo Zap, mas meu blog mesmo niente. Quem lê mesmo é mamãe e titia, mãe do Paulo. Vai rindo vai, acham que é fácil hoje em dia, time is money, fazer o cara parar para ler blog, de crônica, fora de moda, e ainda de contos? Titia Ana ainda lê mais que mamãe. Mas eu falo dele sempre que posso, explico e alardeio sobre o livro que está sendo escrito, conto a conto, mês a mês, e sobre a pressão da data, do compromisso.


Esses putos só vão me ler quando eu der entrevista no Bial, no Gentile, ou quando meu livro virar best seller. O fato é que a mim me cabe escrever. Quer ser escritor? Escreva. A mim me cabe escrever até que se torne hábito. Ontem eu não tinha idéia da crônica que ora escrevo. Aí eu resolvi dedicar esta crônicas a vocês, Paulo e Lucas, seus desnaturados, e quando disser que vocês foram mencionados certamente vocês lerão. Só assim mesmo...Melhor ainda, na próxima brejinha só irei se vocês lerem um conto qualquer. Trocarei a minha presença pela leitura de um conto.


Sabe quanto tempo leva para ler um conto?


Vinte e dois minutos e quatorze segundos. Vocês não têm vinte e dois minutos e quatorze segundos? Para o médico, psiquiatra, o Lucas, expliquei que todo conto depois de Overlord tem um distúrbio psíquico relacionado à segunda guerra. Já o administrador me indaga como fazer dinheiro para manter o site, lhe interessam as estatísticas e os anúncios. Seus putos! Pausa.


Obrigado Orlando Faccini, colega de Faculdade, pela dica de o lagosta. Assisti. É perturbador. É Esse é o papel da arte, do cinema, da literatura, no caso o choque para a reflexão sobre os direitos e as liberdades individuais.


Nesse filme distópico retratado no filme ser solteiro não é permitido; são indagados pela polícia em locais públicos sobre a validade da certidão de casamento. Se identificados como solteiros vão a um hotel e dentro de quarenta e cinco dias devem arrumar um par. Não arrumando ninguém, e não vale fingir o que não é, você vira um animal...um bicho...um qualquer que você já escolhe no check in.


Os solteiros são tratados como loucos; uma demência que os impede de arrumar um parceiro; de formar um casal. Solteiros desejam obsessivamente separar os casais. Quem está prestes a virar bicho foge para a floresta, onde vivem como, adivinhe, animais.


A busca pelo semelhante chega a ser doentia. Insensíveis procuram os insensíveis.


Aleijados buscam aleijados. Tudo supervisionado pelo Administração. E por que lagosta? Vão ver o filme. Paulo e Lucas, vocês tão fodidos se não lerem esta crônica. Escolhi a águia.

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