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o vazamento

  • Foto do escritor: Carlos Camacho
    Carlos Camacho
  • 3 de nov. de 2018
  • 2 min de leitura

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Querem conhecer alguém verdadeiramente?


Deem a elas um vazamento.


De água, de gás ou de informação, não importa.


Basta observar com a pessoa se comporta diante de um vazamento e você saberá absolutamente tudo o que precisa. Tudo!


Se a pessoa surta, se ela mete a marreta, quem ela chama, se ela chora. Se paralisa ou racionaliza. Quanto tempo ela leva para resolver. Um vazamento não é brincadeira. Ele nasce, já na origem, com um problema muito sério: onde? Exatamente onde está vazando? E é aí que você fica maluco, porque não sabe exatamente onde.


Não só.


A vasculhar. Não só.


A quebrar. O piso. O registro. Se a pessoa é daquelas que se vitimiza você também saberá: oras, por que eu? Não sabe ela que vida só se considera vida se você enfrenta um vazamento durante a vida. Ainda que você seja muito rico e tem quem resolva; ainda que tenha outro ambiente para passar enquanto tudo se resolve.


Tipo, vou para Espanha porque minha cozinha está com infiltração. O fato é que vai alterar a tua rotina. Ainda que você seja do tipo faz-tudo. Vai se foder do mesmo jeito.


Se a pessoa tem perfil investigativo ela contemplará o vazamento, afinal é preciso descobrir a origem. Fará um mapa esquemático das possíveis origens; das prováveis causas. O investigativo já considera o vazamento como um homicídio. Está morto. Está feito, mas é preciso saber as origens. Não lamentará o vazamento.


Ou se é prática. Quebre, pode arrancar, apenas me garanta que não irá acontecer de novo. Lógico que tudo isso me veio quando começou um vazamento na minha cozinha. E, na semana em que o encanador viria, já apareceu mais um.


Como eu sempre digo, nunca, jamais, never Júlio Verne, menospreze as coisas. Vivem e se comunicam. Os romanos não distinguiam as coisas das pessoas. Escravos eram considerados coisas por exemplo. Hoje somos escravos das coisas.


Agora, se o vazamento for de informação, aí a coisa muda um pouco de figura, mas também diz muito sobre a pessoa. Informação vazada na máfia, é morte. Informação vazada no crime, é morte. Informação vazada no emprego é justa causa. O interessante é você perceber QUEM vazou e não O QUE. Aí você escuta o nome de QUEM vazou e a sua reação também diz muito sobre você. Não acredito, justo ele....revela excesso de inocência. Sabia que só poderia ser esse filho da...revela excesso de desconfiança.


O problema mesmo é o vazamento de gás que não o comburente do peido.


Aí complica porque explode todo mundo! Manda tudo para os ares e pelos ares. Este eu não desejo mesmo pra ninguém. No máximo, um vazamento de gás metano. Ficou muito ruim esta crônica, faltou um final triunfal.

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