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a caixa preta

  • Foto do escritor: Carlos Camacho
    Carlos Camacho
  • 27 de out. de 2018
  • 3 min de leitura

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Olhei pela fresta da minha caixa de correios e pude ver o recado da portaria: uma caixa preta. Não é propriamente uma caixa dos Correios; de e para os Correios. A encomenda chega na portaria e aí te avisam que algo chegou pra você. Haja paciência !! Admito morrer de inveja das casas que tem uma caixinha dos Correios, daquelas que você escolhe o formato e muda a seta pra dizer que algo chegou. Ou quando toca a campainha e você recebe a encomenda direto dos Correios, do transportador, da Fedex, seja lá de quem for.


Todos são educados, já repararam? Eu acredito que nunca recebi uma encomenda de um cara mal humorado. Parece que a encomenda é pra ele! Reparem. Reparem. Agora, as portarias, dos prédios ou condomínios fechados, as mesmas que nos trazem proteção contra a insegurança que está esse país, nos isola dos entregadores de encomendas. O muro que protege também nos cerca. Não sei vocês minha amiga, meu amigo, mas se carta já não recebemos há muito tempo, ao menos as encomendas deveríamos receber. Se um dia tiver que me mudar do apartamento, para uma casa, outra cidade, outro país, a primeira coisa que eu perguntarei é se poderei receber as encomendas pessoalmente, sobretudo aos sábados.


Você lá voltando da sua corridinha matinal e quando chega em casa tem um caminhão da Fedex parado...Ah, que delícia! O sábado será outro, eu garanto. A caixa preta em questão é uma caixa de vinhos, duas garrafas que me chegam mensalmente. Eu nunca olho no site antes para ver a uva, o país ou os rótulos...Descubro somente quando abro a caixa preta.


Os vinhos abrem a minha caixa-preta de sentimentos, num momento de descontração para que deixemos um pouco de nossas tensões e apreensões ganharem o espaço aéreo. Mesmo sabendo de que se trata, abrir uma embalagem é algo mágico. Há sempre um mistério dentro da caixa...você nunca vê o conteúdo antes de abrir. Ainda que hoje seja corriqueiro. Os vinhos podem ter vindo errado. A cor trocada. O tênis - ainda que da mesma marca e número - fica apertado. Era pisada neutra; veio pronada. Orgasmo embalático mesmo é abrir livros que nos chegam pelos Correios. Ops! Perdão Damaris, minha querida leitora que, embora assídua, acha meu estilo complicado. Você tem razão. Prometo melhorar, por ora é o único jeito que sei dar asas à criatividade. Tive que inventar embalático. Vou defini-la: é um prazer específico que ocorre exclusivamente ao se abrir embalagens que chegam pelos Correios, com ou sem caixa preta.


Não ocorre quando compro e-books via Amazon. Os livros pelos Correios seriam, digamos, a trepada do final de semana, aquela do sábado com calma e vinho. Os digitais seriam as trepadas mais, digamos, corriqueiras. Mais do cotidiano. Lógico, não que você não possa ler livros físicos durante a semana e os digitais aos finais.


Aliás, há mesmo quem não ande lendo nem durante a semana nem aos finais de semana. Aliás, eu não tenho absolutamente nada a haver com isso. Todo mundo tem a sua caixa preta, a sua caixa laranja e a sua caixa amarela...O que significam cada uma? Ah, vá! Fica para uma próxima crônica. Mas que receber uma caixa laranja pelos Correios sem ter a menor idéia do que tem dentro deve ser orgasmático, ah deve!

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