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- caldinho de Sururu?

  • Foto do escritor: Carlos Camacho
    Carlos Camacho
  • 12 de mai. de 2018
  • 3 min de leitura

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Praia de Carneiros, Recife, Brasil, abril de 2018. Felipe e Renan descem logo pela manhã de barco, saídos de Rio Formoso, a cidade, pelo Rio Formoso, o rio, com seu barco puxando uma jangada. Espetinhos. Caldinhos do chef João: feijão e sururu. Skol e Itaipava a R$ 5.00. Três por R$ 12,00. Uma hora depois chegam na Praia de Guadalupe e ali param, proprietário deixou que ficássemos, só limpar tudo. Na outra margem já é Praia de Carneiros. Chegamos de barco, e logo vêm as moças querendo te transformar em estátua de argila. Não, obrigado.


Converso com Renan. Não quer caldinho de Sururu? Tomo minha cerveja mais preocupado em saber como é a vida, se é mais fácil descer ou subir o Rio, quem faz o caldinho. Enquanto isso o marinheiro come uma cumbuca de feijão, sua comissão por ter nos levado. Não gosto de caldinho com cerveja. Não quer caldinho de sururu? Tomo mais uma cerveja. Não quer banho de argila? Dou uma volta por ali do lado. A paisagem é linda, coqueirais pelas margens do rio, pelas areias de Guadalupe e Carneiros. Tá vendo ali, me apontam para o foz do rio formoso, ali que se deu a batalha do Reduto, onde muitos holandeses atacaram e mataram poucos portugueses. Jerônimo de Albuquerque safou-se da morte como herói, poupado pelos homens de Sigismund van Schkoppe, obcecado pelo Rio São Francisco, após resistir bravamente contra a dominação Holandesa.


Caldinho de Sururu?


Vou experimentar o caldinho de sururu. Mais uma cerveja por favor.


Dizem que há um tesouro escondido sob a cruz onde se travou a Batalha do Reduto. Carneiros era o nome da família dona daquele pedaço todo. Depois mudaram para os Ramos e outros que não fiz questão de guardar. Aqui todo mundo é parente de todo mundo, tudo família. Um primo do outro.


Sim, vou tomar um caldinho de Sururu.


Você precisa experimentar o caldinho de Aratu.


Muuuuito melhor que o Sururu, mas não temos. Mais uma cerveja por favor, na promoção. Saímos de lá, não sem antes tomar dois caldinhos de Sururu do chef João. Quem vem do Foz do Rio Formoso em direção ao mar avista o jacaré nas montanhas, é o maior jacaré do mundo diz com naturalidade Edivaldo, o marinheiro. Felipe e Renan sabem vender o seu peixe, melhor, o seu caldinho de Sururu. Na volta da Praia de Guadalupe, uma parada no banco de areia, uma passada pela Igreja de São Benedito e por último o esculhambado quiosque Bora Bora.


Bom mesmo é fotografar os caiçaras jogando as tarrafas às sete da manhã. Bom mesmo é fotografar o Pernambuco. Bom mesmo é ficar ali nos Gameleiros, ouvindo as histórias dos pernambucanos Robson, Leny e Ana. Esta nos conta uma história linda de amor. Depois do fim de seu primeiro casamento, não queria mesmo é saber de homem nenhum. Mas Fábio, seu atual marido, foi persistente, não a deixava em paz....fez de tudo e Ana nada, ofereceu carona, a rodeava, ia onde ela estava mas Ana nada...Ele chegou a encerar a moto dela até e até tirou o verniz do tanque, até que um dia Ana, com pressa, aceitou a sua carona.


Fábio é meu marido mas parece que a gente se conheceu ontem, meu namorado....


Robson está noivo, deixou das baladas e agora só tem olhos para a sua noiva.


Leny é uma simpatia, gosta de conversar e não perdeu a graça da infância, lança manga na mangueira; como eu fazia na escola. Eu ela. Não eu. Despeço-me das areias que foram dos Portugueses, dos Holandeses, dos Portugueses, dos Carneiros e hoje é dos Brasileiros.


Caldinho de Sururu?


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