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Educação, o mapa do tesouro.

  • Carlos Camacho - Olívia Camacho
  • 28 de abr. de 2018
  • 3 min de leitura

Atualizado: 13 de out.


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Copio o texto que minha filha fez a partir de um mapa do tesouro; como lição da escola. Já cedi o espaço pro meu pai, agora o libero para a minha filha, 10. Copio tal qual, corrigidos erros como servio e paralizadas enquanto ela escrevia...


"Era uma vez uma linda manhã, uma manhã de sorte, pois à noite Carlos iria receber seus chefes da empresa em que trabalha. Carlos era um velho rabugento com sessenta e um anos de idade, solteirão e miserável. Bom, resumindo ele é um traste e um egoísta. Mas ele era bom de negócios. Enquanto seus chefes se preparavam para jantar Carlos estava cortando o peixe quando viu um mini potinho com um papel dentro da caixa que estava dentro do peixe, Carlos pensou rápido e enfiou o potinho (que ele chamava de trocinho) rapidamente em seu bolso e disse: - Nossa, vejo isso depois, agora precisa convencer Cláudio e Selma sobre essa porcaria de trabalho que ele não gostava, aliás ele nunca contou a ninguém sobre isso. Carlos era mesmo um cara de mistérios e realmente queria algo novo, trabalho novo, inspiração nova, porque ele Carlos Roberto da Santinha Aparecida também é um ser humano. Pronto, Carlos disse e foi para a mesa servir Cláudio e Selma. Carlos estava saindo da cozinha e indo para a sala de jantar. Eu diria nesse momento que pela cara de Cláudio ele estava feliz mas olhando para a cara de Selma ele estava assustada, com olhões bem paralisadas (sic). E (é lógico) não demorou muito para algo dar errado. Selma bate a mão na mesa deixando o vaso que estava lá cair, pensou com aquela cara de (foi mal, não foi por querer) e falou desculpa, mas tinha um problema maior, eu não posso nem chegar perto de peixe. Vocês tinham que ver a cara do Carlos, com as duas sobrancelhas para cima e aqueles olhões arregalados, e pensando nossa isso vai acabar com o meu dia, e então a cara de Cláudio não vou nem falar. Claro! Claro! Que depois disso ele foi correndo para a cozinha jogar o peixe fora, e fuçou no armário para ver se tinha outra coisa para cozinhar. Enquanto isso Cláudio limpou a bagunça do vaso e Selma tentou recuperar fôlego, porque a irmã dela morreu por causa de um santo benedito peixe, sabe como é? "A família dela inteira é assim chegou perto de peixe, se deu mal". Carlos fez macarronada serviu a todos e conversaram sobre o negócio. Se despediram todos, fizeram aquela conversadinha que as mães fazem antes de ir embora do lugar que está e os filhos aproveitam para brincar mais, e foram. Depois disso Carlos foi para a cama e capotou e nunca mais acordou. Ele morreu e lógico e foi enterrado do jeito que estava com o mapa e tudo, bom parece que aquele tesouro vai continuar ali por um bom tempo".


Durante a lição...


- Pai posso escrever rabugento? A professora vai ficar brava e pedir para trocar.

- Pode filha, solte a criatividade, termine a história e espere para ver o que a tua professora vai falar.


Enquanto crescemos as crianças nos observam. Enquanto nos observam assimilam as nossas experiências e se constituem delas mesmas e do mundo que as cercam. Antes que eu me esqueça, observo a observação que me observa observando.


Família inteira com alergia de peixe é forte. É literatura.

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